domingo, 6 de março de 2011



Parecia um dia comum,
um dia monótono e sem vida, como sempre costumava ser.
Mas algo diferente chamou minha atenção.

Lá fora chovia,
e a rua estava totalmente vazia,
não havia ninguém nas ruas, somente o silêncio.

Fui até minha janela e olhei para o nada,
embora não estivesse procurando nada,
acabei por achar uma figura estranha olhando para o lado de dentro
de minha casa.


Assustada, corri por entre os corredores
e fechei tudo o que poderia.

Tudo para me proteger.Eu não sabia quem era,
e por estar sozinha preferi eu mesma
me cuidar.


Voltei à janela,
e aquela figura estranha, ainda estava no mesmo lugar.

Resolvi pedir ajuda...
Mas tudo em vão;
Os telefones estavam mudos.. e nada parecia funcionar.

Eu não conseguia desfarçar o meu medo,
e isso parecia alimentar cada vez mais o interesse
daquilo que me esperava lá fora.


Eu fiquei trancada alí,
sozinha por horas,
sem sair...


Mas eu precisava fazer algo,
eu tinha que ir lá e encarar o meu medo.
Tinha que decidir entre vencer  ou sair derrotada..
como eu sempre fazia diante minhas dificuldades.


Então abri a porta;
O sopro do vento bateu em minha face,
era frio e sem vida.


Eu olhei para os lados,
e nada havia alí,

somente o vazio..
Eu, a rua, e as árvores... nada mais.


Entrei  novamente,
apavorada e sem saber como reagir aquilo tudo,
resolvi apelar para o emocional ,
rezei como se fosse o último dia de toda a minha vida..

E com sorte eu receberia uma ajuda.

Mais ao abrir meus olhos,
me vi de frente a ela...

Fria,sem vida...
justamente como as pessoas falavam.

Não queria acreditar naquilo que via,
não podia aceitar o meu destino...

Eu era jovem e cheia de vida...
Por que eu ?; Por que agora?

Ela veio  e estendeu a sua mão para mim;
disse que não era pra ter medo como os outros,
que não sentiria dor alguma, apenas me sentiria livre.

Então fechei meus olhos,
e coloquei minhas mãos na dela;

A sensação que eu tive era de paz...
porém eu nunca mais tive vida.

Eu estava morta,
rígida e fria,
esperando que alguém encontrasse meu corpo.


Depois disso,
o nada tomou conta...
sobrou somente o vazio e o silêncio.


O Silêncio que nunca mais seria quebrado
por minha voz.